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segunda-feira, 31 de outubro de 2016

ALUNO X FAMILIA X ESCOLA: A IMPORTANCIA DESSA RELAÇÃO NO DESEMPENHO ESCOLAR

ALUNO X FAMILIA X ESCOLA: A IMPORTANCIA DESSA RELAÇÃO NO DESEMPENHO ESCOLAR 

Ana Aurora Barbosa Debortolli 

RESUMO 
O presente artigo discorrerá sobre a importância do bom relacionamento entre família e escola para efetivo desempenho escolar das crianças, quanto maior for à participação da família, mais eficaz será o trabalho da escola e mais as crianças obterão desenvolvimento tanto na aprendizagem quanto seu desenvolto social. Para a abordagem do tema recorreu-se a pesquisa bibliográfica na qual se obteve embasamento teórico relacionados a alguns conceitos, como: família, escola, aprendizagem e desenvolvimento humano. 

ABSTRACT 
This article will talk about the importance of good relations between family and school for effective school performance of children , the greater the participation of the family, the more effective the school work and more children will get development both in learning how their social Jaunty . To approach the subject turned to literature in which theoretical knowledge obtained is related to some concepts , such as family , school, learning and human development. 

INTRODUÇÃO 
Sabe-se que existe uma preocupação por parte de muitos estudiosos e pesquisadores em contribuir para um trabalho mais rico e significativo nas escolas. Mas, ao se fazer uma análise do atual contexto escolar, nota-se que ainda são muito perceptíveis no cotidiano da escola, as reclamações e insatisfações por parte dos professores em relação aos alunos e vice-versa. Ou seja, a relação professor-aluno parece ser permeada por animosidades ou conflitos. Diante de tantos desconfortos pedagógicos, houve alguns impasses: Entender ou repreender? Orientar ou ignorar? A partir daí, tomou-se a decisão de olhar de frente o problema e o aproveitar para um tema de pesquisa a ser investigado: Como a relação professor-aluno pode contribuir no processo ensino-aprendizagem? 
Em todo processo de aprendizagem humana, a interação social e a mediação do outro tem fundamental importância. Na escola, pode-se dizer que a interação professor-aluno é imprescindível para que ocorra o sucesso no processo ensino aprendizagem. Por essa razão, justifica-se a existência de tantos trabalhos e pesquisas na área da educação dentro dessa temática, os quais procuram destacar a interação social e o papel do professor mediador, como requisitos básicos para qualquer prática educativa eficiente.  

 1. PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM 
De acordo com as abordagens de Paulo Freire, percebe-se uma vasta demonstração sobre esse tema e uma forte valorização do diálogo como importante instrumento na constituição dos sujeitos. No entanto, esse mesmo autor defende a ideia de que só é possível uma prática educativa dialógica por parte dos educadores, se estes acreditarem no diálogo como um fenômeno humano capaz de mobilizar o refletir e o agir dos homens e mulheres. E para compreender melhor essa prática dialógica, Freire acrescenta que [...], o diálogo é uma exigência existencial. E, se ele é o encontro em que se solidarizam o refletir e o agir de seus sujeitos endereçados ao mundo a ser transformado e humanizado, não pode reduzir-se a um ato de depositar ideias de um sujeito no outro, nem tampouco tornar-se simples troca de ideias a serem consumidas pelos permutantes. (FREIRE, 2005, p. 91). 
Assim, quanto mais o professor compreender a dimensão do diálogo como postura necessária em suas aulas, maiores avanços estará conquistando em relação aos alunos, pois desse modo, sentir-se-ão mais curiosos e mobilizados para transformarem a realidade. Quando o professor atua nessa perspectiva, ele não é visto como um mero transmissor de conhecimentos, mas como um mediador, alguém capaz de articular as experiências dos alunos com o mundo, levando-os a refletir sobre seu entorno, assumindo um papel mais humanizador em sua prática docente. Já para Vygotsky, a ideia de interação social e de mediação é ponto central do processo educativo. Pois para o autor, esses dois elementos estão intimamente relacionados ao processo de constituição e desenvolvimento dos sujeitos. A atuação do professor é de suma importância já que ele exerce o papel de mediador da aprendizagem do aluno. Certamente é muito importante para o aluno a qualidade de mediação exercida pelo professor, pois desse processo dependerão os avanços e as conquistas do aluno em relação à aprendizagem na escola. 
Quando se imagina uma escola baseada no processo de interação, não se está pensando em um lugar onde cada um faz o que quer, mas num espaço de construção, de valorização e respeito, no qual todos se sintam mobilizados a pensarem em conjunto. 
Afetividade a escola pode ser considerada como um dos espaços essencialmente propícios, e talvez único, capaz de desenvolver e elevar o indivíduo intelectual e culturalmente dentro de uma sociedade. Entretanto, as relações estabelecidas no contexto escolar entre alunos e professores têm exigido bastante atenção e preocupação por parte daqueles que encaram a escola como espaço de construção e reconstrução mútua de saberes. Nesse sentido, acredita-se que uma das tarefas das equipes pedagógicas de qualquer escola, é a criação de estratégias eficazes, no sentido de promover uma formação continuada, a qual possibilite uma relação pedagógica significativa e responsável entre professores e alunos, garantindo a todos a melhoria no processo ensino aprendizagem. Entende-se que cada ser humano, ao longo de sua existência, constrói um modo de relacionar-se com o outro, baseado em suas vivências e experiências. Dessa forma, o comportamento diante do outro depende da natureza biológica, bem como da cultura que o constituiu enquanto sujeito. Nessa perspectiva, é de fundamental importância entender que a sala de aula é um espaço de convivências e relações heterogêneas em ideias, crenças e valores. 
Sendo assim, a escola precisa criar um ambiente mais estimulante e afetivo que possibilite a esse adolescente enxergar-se nesse processo. Por esse motivo, a mediação do professor é uma contribuição que irá ajudar o aluno do segundo segmento do Ensino Fundamental a dar sentido ao seu existir e ao seu pensar. É importante que se ressalte que, quando se fala em proporcionar uma relação professor-aluno baseada no afeto, de forma alguma, confunde-se aqui afeto com permissividade. Pelo contrário, a ação do professor deve impor limites e possibilidades aos alunos, fazendo com que estes percebam o professor como alguém que, além de lhe transmitir conhecimentos e preocupar-se com a apropriação dos mesmos, compromete-se com a ação que realiza, percebendo o aluno como um ser importante, dotado de ideias, sentimentos, emoções e expressões. 

2. A FAMILIA E O DESEMPRENHO ESCOLAR 
A escola e a família, assim como outras instituições, vêm passando por profundas transformações ao longo da história. Estas mudanças acabam por interferir na estrutura familiar e na dinâmica escolar de forma que a família, em vista das circunstâncias, entre elas o fato de as mães e/ou responsáveis terem de trabalhar para ajudar no sustento da casa, tem transferido para a escola algumas tarefas educativas que deveriam ser suas. 
Percebe-se desta forma que a interação família/escola é necessária, para que ambas conheçam suas realidades e suas limitações, e busquem caminhos que permitam e facilitem o entrosamento entre si, para o sucesso educacional do filho/aluno. Nesse sentido, faz-se necessário retomar algumas questões no que se refere à escola e à família tais como: suas estruturas e suas formas de relacionamentos, visto que, a relação entre ambas tem sido destaque. 
MARCHESI (2004) nos diz que a educação não é uma tarefa que a escola possa realizar sozinha sem a cooperação de outras instituições e, a nosso ver, a família é a instituição que mais perto se encontra da escola. Sendo assim se levarmos em consideração que Família e Escola buscam atingir os mesmos objetivos, devem elas comungar os mesmos ideais para que possam vir a superar dificuldades e conflitos que diariamente angustiam os profissionais da escola e também os próprios alunos e suas famílias. A escola nunca educará sozinha, de modo que a responsabilidade educacional da família jamais cessará. Uma vez escolhida a escola, a relação com ela apenas começa. É preciso o diálogo entre escola, pais e filhos. (REIS, 2007). 
Portanto, uma boa relação entre a família e a escola deve estar presente em qualquer trabalho educativo que tenha como principal alvo, o aluno. A escola deve também exercer sua função educativa junto aos pais, discutindo, informando, orientando sobre os mais variados assuntos, para que em reciprocidade, escola e família possam proporcionar um bom desempenho escolar e social às crianças. Pois, [...] se toda pessoa tem direito à educação, é evidente que os pais também possuem o direito de serem, senão educados, ao menos, informados no tocante à melhor educação a ser proporcionada a seus filhos. (PIAGET, 2007). 
Lembrando CORRÊA as diferenças no aprender dizem respeito à hereditariedade, ao gênero, à cultura e ao ritmo no processo de aprendizagem. Percebe-se então, que experiências familiares aliadas ao trabalho escolar resultam numa melhora eficaz em relação ao nível de aprendizagem e consequentemente do rendimento escolar, pois, fica claro no discurso diário dos professores que os alunos que recebem atenção significativa por parte da família, tendem a apresentar um melhor rendimento escolar, ao passo que aqueles que não recebem atenção adequada apresentam quase sempre desempenho escolar abaixo do esperado. Quando a família passou a frequentar a escola e relacionar-se melhor com seus filhos e com os professores, estes mostraram uma melhora sensível em seus rendimentos. Delors observa: Os meios de vida, de estudos, por onde circulam os aprendizes são tão importantes quanto às atividades educacionais que abrigam. Sua influência deve-se ao fato de que eles são desigualmente motivadores, diferentemente estimulantes e mais ou menos propícios a aprendizagens significativas. A cultura da instituição, da família e da sociedade é igualmente um fator de ensino. (DELORS, 2005, p. 196) 

CONSIDERAÇÕES FINAIS 
A escola constitui um contexto diversificado de desenvolvimento e aprendizagem, isto é, um local que reúne diversidade de conhecimentos, atividades, regras e valores e que é permeado por conflitos, problemas e diferenças (Mahoney, 2002). É nesse espaço físico, psicológico, social e cultural que os indivíduos processam o seu desenvolvimento global, mediante as atividades programadas e realizadas em sala de aula e fora dela (Rego, 2003). O sistema escolar, além de envolver uma gama de pessoas, com características diferenciadas, inclui um número significativo de interações contínuas e complexas, em função dos estágios de desenvolvimento do aluno. Trata-se de um ambiente multicultural que abrange também a construção de laços afetivos e preparo para inserção na sociedade (Oliveira, 2000). 




REFERÊNCIAS  
CORREA, Rosa Maria. Dificuldades no aprender: um outro modo de olhar. Campinas: Mercado de Letras, 2001. 
DELORS, J. (org.) Educação para o século XXl. Porto Alegre: Artmed, 2005 
FREIRE, P. Educação como prática da liberdade. 19 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005. 
MARCHESI, ÁLVARO; Gil H. Carlos. Fracasso Escolar - uma perspectiva multicultural. Porto Alegre: ARTMED, 2004. 
MAHONEY, A. A. (2002). Contribuições de H. Wallon para a reflexão sobre as questões educacionais. In V.S. Placco (Org.), Psicologia & Educação: Revendo contribuições (pp. 9-32). São Paulo: Educ. 
OLIVEIRA, Z. M. R. (2000). Interações sociais e desenvolvimento: A perspectiva sociohistórica. Caderno do CEDES, 20, 62-77. 
PIAGET, Jean. Para onde vai à educação? Rio de Janeiro: José Olímpio, 2007. 
REIS, Risolene Pereira. In. Mundo Jovem, nº. 373. Fev. 2007, p.6. 
REGO, T. C. (2003). Memórias de escola: Cultura escolar e constituição de singularidades. Petrópolis, RJ: Vozes 
VYGOTSKY, L. S. (1983). Fundamentos de defectología. Havana, Cuba: Pueblo y Educación 
VYGOTSKY, L. S. (1987). Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes.  
VYGOTSKY, L. S. (1991). A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes 


RELACIONAMENTO ALUNO/PROFESSOR E A ESCOLA



RELACIONAMENTO ALUNO/PROFESSOR E A ESCOLA

Prof. Ivan Roberto Ferri

Resumo: Este trabalho objetiva explicar um pouco do relacionamento entre professores, alunos e a escola. Os mínimos requisitos necessários para a construção de uma vivência produtiva e fraternal dentro dessa esfera chamada de comunidade escolar.

Palavras-chave: aluno – professor – escola – relação.

Nos últimos anos, a relação entre professores e alunos tem sido uma das grandes preocupações do ambiente escolar. Esta relação tem um papel significativo nos processos de ensino e aprendizagem, devendo ser estabelecida através do respeito mútuo. O professor é o mediador de todo o processo de construção do conhecimento do aluno que interage com essa construção. Os professores que atuam nas escolas devem perceber a sua importância na vida dos alunos, para que haja nas escolas uma educação condizente com o contexto social do aluno. É conhecendo a realidade dos alunos e partindo dela, que o professor obtém sucesso na sua tarefa de construir.
Grandes são os desafios de uma aula construtiva e prazerosa.  Muitos educadores se queixam da indisciplina dos alunos. As causas variam: falta de limite do educador e problemas de consequências familiares, sociais, entre outros. Na maioria das vezes os problemas são o reflexo da desestruturação das famílias e também da inversão de valores quanto a educar, transformando-se a tarefa de educar em total responsabilidade da escola, e sabemos, que a educação se faz no seio familiar. Segundo destaca Dias 2005:
A família é um grupo aparentado responsável principalmente pela socialização de suas crianças e pela satisfação de  necessidades básicas. Ela consiste em um aglomerado de pessoas relacionadas entre si pelo sangue, casamento, aliança ou adoção, vivendo juntas ou não por um período de tempo indefinido. (DIAS 2005, p. 210):
         A educação no seio familiar é cheia de desafios para os pais e nunca será fácil de ser concebida. Segundo Cury (2003, p. 28): “hoje, bons pais estão produzindo filhos ansiosos, alienados, autoritários, indisciplinados e angustiados”. Nesta perspectiva, destaca o mesmo autor que além de não adotarem um tempo para educar os filhos a enfrentar os problemas sociais, a própria sociedade é responsável em “deseducá-los” devido à quantidade de estímulos que exercem na criança. Para uma educação com qualidade, a família deve trabalhar para a construção de cidadania, saber e conhecimentos relevantes como citados anteriormente. Para isto, precisam participar em conjunto com a instituição educacional, a família trabalhando para o desenvolvimento da criança, criatividade e seu comportamento, isto é importante na construção de um adulto de sucesso.
         O professor precisa fazer o papel de mediador entre os alunos para que eles aprendam a conviver entre seus semelhantes. Seu papel, juntamente com a escola, é o de acolher, entender a realidade e orientar a convivência em sociedade, torna-lo ser social. Essa tarefa acontece diariamente e nunca é fácil contornar as adversidades que vem como bagagem, a não ser através da afetividade, que segundo Freire, o fator afetivo serve de referência para que o professor trabalhe não só elementos da construção do real, mas também a constituição do próprio sujeito, como os valores e o caráter. Ademais, a criança que se sente amada, aceita, valorizada e respeitada, adquire autonomia e confiança e aprende a amar, desenvolvendo um sistema de autovalorização e importância. A autoestima é algo que se aprende: se uma criança tiver uma opinião positiva sobre si mesma e sobre os outros, terá mais condições de aprender. Nesse ponto, o papel do educador é fundamental, sendo seu desempenho um bloco de construção da afetividade na criança. Faz parte do papel do professor a compreensão de que as ligações afetivas são as primeiras formas de relacionamento da criança com o mundo á sua volta.
         Quando se imagina uma escola baseada no processo de interação, pensa-se em união e interação sendo escola , aluno e famílias uma só, mas num espaço de construção do educando, valorizando e  respeitando as particularidades e vivencias da criança, no qual todos se sintam mobilizados a pensarem em conjunto. A escola é um local de mutualidade e não um local onde cada um faz da maneira que quer. Antes de empregar suas ideias deve unir-se com o restante do grupo para dialogar e planejar, para obter sucesso no produto final, que nesse caso é o aprendizado e socialização do educando.
A criança precisa sentir que o educador é seu porto seguro e que juntamente com escola, promove seu acolhimento e de sua família para juntos construírem o conhecimento e tão sonhada educação em dias conturbados e de incertezas, como são os dias de hoje.

Prof. Ivan R. Ferri

REFERÊNCIAS
FREIRE, Pedagogia da autonomia: Saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
DIAS, Maria Luíza. Vivendo em família. São Paulo: Moderna, 2005.