ARTE NAS SÉRIES INICIAIS
Andreia Nigaretta da Rosa
RESUMO
O presente artigo trata da arte nas séries iniciais abordando
para isso a música, pois apartir do ano de2012 ela passa a ser obrigatória no
ensino fundamental incluindo assim as séries iniciais. É por meio desse tipo de prática que
inserimos a dança no universo da criança. Então, parece-nos evidente a
exploração desse estímulo quando buscamos facilitar o desenvolvimento das capacidades
motoras e da criatividade de nossas crianças. A arte vem desde os tempos
antigos, sendo que foi introduzida no Brasil pelos Jesuítas. Mas é depois da
semana de Arte Moderna que ela se manifesta com mais força no Brasil e é
apartir daí que percebe-se que a arte pode ser entendida de outra forma. . É apartir da Lei Nº5. 692/71e da LDB Nº.9.394/96 que a arte é introduzida nas
escolas e no currículo escolar. A música assunto ao qual me deterei é de suma
importância para o desenvolvimento integral das crianças e após aprofundar meus
estudos vejo que a arte deve ser cada vez mais trabalhada nas escolas sendo
muito importante para a criança se expressar, para isso deve-se preparar profissionais
capazes de aplicá-la corretamente.
Palavras-chave: Arte,
Desenvolvimento e Crianças.
1
INTRODUÇÃO
A arte constantemente abre
portas para um caminho onde o impossível não existe. Trabalhar a arte dá
possibilidades de improvisar, transformar, ir além da superficialidade,
entrelaçar os conhecimentos, em suma, entrar no terreno criativo da condição
humana. Esta manifestação confere às artes uma importância que vai além de
disciplina no currículo escolar, pois é produto íntimo da formação humana. O
sujeito percebe a sensibilidade da humanidade quando tem a arte como algo
significativo em sua educação. Todo este jogo do corpo demonstra a presença e
importância das artes cada vez mais no nosso âmbito. A arte não é e não deve
ser vista como domínio de alguns especialistas. Ela interage em todos os
momentos da nossa vida como também tem presença marcante em nossa educação
Para realizar o presente
trabalho sobre arte nas séries iniciais foi preciso aprofundar meus
conhecimentos para isso aprofundei-me sobre a Arte e seu ensino bem como a arte
no Brasil, princípios e historicidade a partir das correntes contemporâneas da
educação fundamentada na arte; a Semana da Arte Moderna; a LDB Lei n.º.692/1971
e a obrigatoriedade da Educação Artística, a LDB nº. 9.394/96. Ao longo da
história do ensino de arte no Brasil, a forma de como a Arte foi concebida e
como ela interage na sociedade, no comportamento das pessoas, na educação e,
sobretudo, na forma de ensinar e aprender. O que se percebe é que esta
preocupação de que a Arte pode ser expressão da liberdade. Dentro da arte temos
a música é será abordada em meu trabalho, pois é de suma importância no
desenvolvimento do educando, sendo que é nas séries iniciais que tudo começa.
2 ARTE
2.1 ARTE NO BRASIL
São feitos os primeiros
registros do ensino da arte no Brasil aproximadamente entre os anos de 1549 e
1808, neste período a educação estava sob responsabilidade dos grupos
religiosos, principalmente os jesuítas que dividiam a educação dominada por
eles em dois projetos: um para a catequização dos índios e outro para a elite
dominante.segundo Ferraz e Fusari(2009), o método utilizado pelos jesuítas era
atrativo pois sabiam aproveitar a musica, o conto coral e o teatro, para
finalidade de formação religiosa.
Com relação aos
nativos, eram educados nas missões e nos sistemas de “reduções” destinadas à
catequese. As reduções, assim como as residências e os colégios, tornaram-se
verdadeiras “escolas-oficinas” que formavam artesãos e pessoas para trabalhar
em todas as áreas fabris. Nesses locais, os “irmãos oficinas” exerciam e
ensinavam vários ofícios, tais como pintura, carpintaria, instrumentos
musicais, tecelagem etc. (FERRAZ; FUARI; APUD SILVEIRA, 2010, p.11).
Neste período os poetas e escritores tinham
grande prestigio, diferente dos artistas que não eram tão valorizados. Com as
reformas do Marquês de Pombal por volta de 1808 à educação dos jesuítas perdeu
forças, perderam o poder de atuar junto às escolas, no entanto formavam os
professores aptos a atuar.
Foi neste período marcado
por mudanças no cenário educacional, político e cultural que o sistema de
ensino foi dividido em três níveis: primário secundário e superior. Foi neste
momento que veio para o Brasil a Missão Artística Francesa, pois precisava
acontecer uma reestruturação cultural no pais. Missão esta chefiada por Joachim
Lebreton, que trouxe um grupo de artistas importados da França e também foi com
a vinda da Missão que em 1816, foi criada a Escola das Ciências, Artes e
Ofícios do Rio de Janeiro que um tempo depois foi transformada em Imperial Academia
e Escola de Belas Artes.
No decorrer da história da
Educação Brasileira, a Arte sempre foi relegada a um produto final de consumo.
Pouco se demonstrou a preocupação da necessidade de que a Arte, como expressão
e como processo, pudesse levar o aluno a uma leitura de mundo, expressando os
sentimentos com liberdade e encontrando no pensar e na produção artística a
interação do conhecimento.
No entanto, uma preocupação apontada por Ana
Mae Barbosa (2001, p.33), pesquisadora sobre o ensino de arte no Brasil, é que todo
esse encantamento a despeito do "novo" também vem sendo sucessivamente
introduzido no ensino de arte nas escolas brasileiras sem a mínima reflexão. A
autora chama a atenção para a falta de conhecimento sobre o passado o que está
levando professores (as) arte educadores (as) a valorizarem excessivamente o
"novo", sem que haja alguma referencia teórica capaz de justificar
seu uso. Ou seja, a metodologia do ensino de arte parece não acompanhar os movimentos
culturais manifestados no país esta falta de estrutura interna no ensino da
arte, ensino este que se pretende inovador, está levando a uma concepção de
arte, uma espécie de fazer sem intenção.
A partir de 1920, a Arte passa a ser
incluída no currículo escolar como atividade integrativa, apoiando o
aprendizado de outras disciplinas; porém, os exercícios de cópia são mantidos.
Assim, com o advento da Semana da Arte Moderna pela primeira vez a arte
brasileira sofre uma brusca transformação no quesito técnica, bem como no caráter
subjetivo de sua criação. A Semana da Arte de 1922 trouxe a evidência de que a
Arte poderia ser entendida de outra maneira. Os estudos de arte na educação
tiveram um grande em pulso, com as idéias de livre expressão, trazidas por
Emiliano Di Cavalcanti, Anita Malfatti e Mário de Andrade, que acreditavam que
a Arte tinha como finalidade principal permitir que a criança expressasse seus
sentimentos e também tinham a idéia de que ela não é ensinada, mas, sobretudo,
manifestada. A Arte era aplicada à indústria, como técnica de melhoria de produtos
ligados ao consumo manufatureiro, por meio de moldes e do desenho geométrico.
Daí, as preocupações de incluir os moldes de desenho geométrico nos currículos
escolares como forma de preparo de mão de obra pessoal para a indústria e como
complemento da escrita. Desde então, várias determinantes estimularam essa
aceleração da arte no processo de industrialização no Brasil pós Semana da Arte
Moderna de 1922.
. 3 DA LEI Nº.
5.692/71 À LDB Nº. 9.394/96 E A IMPORTÂNCIA DO ENSINO DE ARTE
As
implicações decorrentes da aprovação do artigo 7.o da Lei n.º.692/71, que torna
obrigatória a Educação Artística no ensino de 1º e 2.º graus, aumentaram a
procura de cursos sobre Arte nos fundamentos da educação, logo depois de sua
obrigatoriedade. Os debates sobre a desmistificação do ensino de arte e a
atuação do professor já se encontravam bastante avançados. As discussões sobre
a importância da Arte na educação, bem como sua obrigatoriedade, historicidade
e metodologia, ganhavam importância de pesquisas nos programas de pós-graduação
em Educação. Inicia-se , então, a construção dos pilares
para uma ruptura do modelo antigo de ensino de Arte, indo do desdobramento dialético
das tensões do ensino do desenho ligado à cópia ou como técnica até as concepções
teóricas pragmáticas, entre o fazer e o perceber; a metodologia triangular
adaptada por Ana Mae Barbosa (1999, p.34-43) história da arte, leitura da obra
de arte e o fazer artístico; assim como a teoria de Pareyson (1989, p.29-31),
fundamentada na concepção estética do processo artístico entre o fazer, o
conhecer e o exprimir, na inter-relação simultânea com a Arte. A reconstrução
das expectativas do ensino de Arte na educação escolar buscava e continua
buscando o aprimoramento como o estudo do ser humano por meio da Arte. No
entanto, a ausência de uma política de formação e aperfeiçoamento de recursos
humanos sempre foram os percalços e o contrapelo do ensino de Arte na educação
(prevista com a LDB Lei n.o.692/71), como um instrumento eficaz na formação
humana. Assim, a ameaça como Arte menor, ou como ensino de arte desvalorizado, era
explícita no pensamento impetrado pelo positivismo e o pragmatismo das
influências externas. Pelo menos dois perigos rondavam a valorização da Arte
como criação na escola. O primeiro foi que ao designar o currículo – a Lei n.o
5.692/71 – nomeadamente separava disciplina e atividades. O segundo foi à romanização
da Arte, entendida o ato de criar como um "fator afetivo, que intervém no
ato de aprender" Barbosa (1995) informa que a leitura do relatório do GT
(Grupo de Trabalho) para a reforma de ensino de 1.ºe 2.º graus em que se faz
corresponder ao fator reflexivo o pensamento, ao fator conativo a ação e ao
fator afetivo a criação, alerta-nos para essa ameaça. Para Barbosa (1995,
p.111), a ameaça estaria"em considerar a Arte apenas como uma
atividade", e não com um estudo para a transformação humana. Aponta-nos
ainda que esse entendimento poderá "dar continuidade ao preconceito contra arte, pois designa como
um campo de exploração emocional, sem atentar para a igual participação da
inteligência, do pensamento reflexivo na produção artística" (p.111). Para
Barbosa (1985, p.39), desde a sua obrigatoriedade, a Arte na educação está
sempre insistindo em provar a importância na educação, o que é ainda pouco evidente
para muitos. As reflexões de estudos que aprofundam a intensidade dos fatores
reflexivos quanto às operações mentais ou fatores do fator conativo a ação e ao
fator afetivo a criação, sobretudo, os questionamentos das reflexões, são
pontos que sempre desafiam os debates dos estudos no ensino de arte.
.É a partir da Lei n.º.692/71
que a disciplina de Educação Artística é incluída no currículo escolar
agrupando os conhecimentos de Música, Teatro, Dança e Artes Plásticas; porém
não definida como disciplina oficial do currículo, mas meramente como atividade
educativa. Em decorrência da inclusão da Arte no currículo escolar, pela LDB n.º.692/71,
surgem três anos depois os primeiros cursos de licenciatura curta em Educação Artística ,
com duração de dois anos, que habilitava ensinar simultaneamente música, teatro,
artes plásticas, desenho geométrico, em séries do 1.º grau e até do 2.º grau, instituindo
a polivalência no ensino de arte Pode-se considerar que a polivalência foi ou
ainda é um dos entraves que pasteurizam o ensino de arte, fazendo com que o professor de Arte abrace todos os conhecimentos
da área artística, involucrado a formação, tornando a sua atuação fragmentada
do ponto de vista metodológico e avaliativo. Intelecto, ou ainda, fator conativo a ação e
ao fator afetivo a criação, sobretudo, os questionamentos das reflexões, são
pontos que sempre desafiam os debates dos estudos no ensino de arte. Diante
dessa preocupação, constitui-se a partir da década de 1980 o movimento nacional
de Arte-Educação que passou a discutir a situação do ensino das artes tanto na
educação formal como informal.
Surgem os primeiros cursos de pós-graduação em Arte-Educação. Em
1996, com a nova LDB n.º.394/96, a Arte passa a ser obrigatória na Educação Básica,
agora como uma disciplina com conteúdos específicos ligados à cultura artística
e não apenas como atividade. Extinguiu-se a denominação Educação Artística,
sendo substituída por Ensino de Arte. A Lei propôs também a reformulação dos
cursos de Educação Artística, que passaram a determinar a formação por linguagens
e, dessa forma, ganharam em relação à especificidade de cada uma, para que
depois de escolhida a modalidade, formas de diálogo com as outras linguagens
artísticas e mesmo com outras áreas do conhecimento fossem traçadas,
identificando-se, dessa maneira, com a proposta de construção do conhecimento
na contemporaneidade.
Hoje as preocupações
voltadas para a metodologia do ensino de arte, observadas pelas autoras
(MARTINS; PICOSQUE; GUERRA, 1998, p.13), contemplam pelo menos três pressupostos
da metodologia triangular de Ana Mae Barbosa conceituais entre eles
articulados: a criação/produção, a percepção/análise e o conhecimento da produção
artístico/estética da humanidade; ou como definiram, de forma sucinta, os PCN –
Parâmetros Curriculares Nacionais – (1995 a 1998) Arte: produção, fruição e reflexão,
respectivamente. Os PCNs, vinculados à LDB n.º.394/96, constituem uma forma de regulamentação
legal, ou seja, estabelecem diretrizes para o currículo do ensino fundamental
(1.ª a 8.ªsérie) e servem como referência nacional, seja para a prática educacional,
seja para as ações políticas no âmbito da educação.
4 AS LINGUAGENS DA ARTE
A arte divide-se nas
linguagens das Artes Visuais, Musica, Dança e Teatro. Abordarei sobre a Musica
no respectivo trabalho por ela ser importante para o desenvolvimento da criança.
Estarei tratando dela nas series iniciais.
A música é uma das linguagens da arte mais
antigas, pois faz parte da cultura humana como expressão, interpretação e
linguagem.
É pratica comum nas series
iniciais, ouvir música na entrada e na saída da escala no recreio, e em
festividades escolares, mas, embora a música esteja presente no cotidiano da
escola ela não esta sendo trabalhada.
Com o avanço da tecnologia
a música esta cada vez ocupando espaços maiores, seja através da mídia ou em
eventos ao vivo. Alunos desinteressados, com pouca concentração precisam ser
incentivados a experimentar formas de apreensão da linguagem musical. A música
esta cada vez mais sendo usada para alfabetizar, resgatar a cultura e ajudar na
construção do conhecimento de crianças carentes.
A música quando usada
corretamente em atividades na sala de aula tem grande valia, pois através da
musica a criança trabalha os movimentos corporais, ela dança de diversas
maneiras mexendo todas as partes do corpo, a fala, esta sempre cantando junto,
a memória, pois grava as musicas que escuta e canta junto, sem contar todos os
outros benefícios que proporciona.
Pode ser usada a música de
varias formas nas series iniciais, pode ser através da dança, de jogos, de
brincadeiras, mas o mais importante a ser observado que deve-se sempre
apresentar um bom repertório , músicas de punho educativo. Apartir do ano de 2012 a música passa a ser
obrigatória em todo o ensino fundamental tendo as escolas um tempo para colocar
profissionais preparados para desenvolver tal atividade, mas nesse tempo ela
deve ser trabalhada dentro das outras matérias do currículo não podendo ser
ignorada e nem deixada de lado mais.
;
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A música é importante
para o desenvolvimento integral do individuo sendo dessa forma deve ser
trabalhada nas escolas prova disso é que ela passara a fazer obrigatoriamente
parte do currículo escolar a partir de 2012 tendo que ser abordada e
desenvolvida com os alunos. Após encerrar meu trabalho vejo que nem só a música
é importante, mas todas as formas de arte desde que bem empregadas nas
atividades.
Uma atividade realizada
com música seja ela através de jogo, brincadeiras ou até em qualquer aula traz benefícios
incalculáveis a um individuo por isso que ao desenvolver minhas atividades com
alunos procuro sempre utilizar-me desse recurso de grande valia.
REFERÊNCIAS
. BARBOSA, A.M. Teoria e Prática da Educação Artística.
São Paulo: Cultrix, 1985.
_____. (org.). História da Arte-Educação. São
Paulo: Cultrix, 1995.
.
MARTINS, M. C. F. D.; PICOSQUE, G.; GUERRA, M. T. T. Didática
do ensino de
arte: a língua do mundo: poetizar, fruir e conhecer
arte. São Paulo: FTD, 1998.
PAREYSON,
L. Os Problemas da Estética. São Paulo: Martins Fontes, 1989.